Secretário acusa população pela degradação
> O lixo e o esgoto, resultado da ação do homem, tomaram conta das águas e das margens dos principais rios.
(Josias Brito) A ação do homem está destruindo esgotos, igarapés e ruas da cidade de Ji-Paraná. Em alguns trechos do igarapé 2 de Abril, que neste inicio de semana transbordou e provocou o desalojamento de algumas famílias que ficam ao córrego, a água se misturou ao lixo e aos esgotos das casas. Para o secretário de obras, Assis Canuto, os maiores culpados pelos problemas nas ruas e pelas alagações em alguns trechos do município, é a própria população. Os próprios moradores reconhecem que são a chave para combater o problema. No entanto, em tempos de alerta máximo com as questões relacionadas ao meio ambiente, ainda não começaram a ensaiar uma mudança de postura.
? O caminhão passa várias vezes durante a semana e não falta. Todo mundo sabe disso, mas joga de um tudo dentro do igarapé. Já tiraram até sofá, fogões e geladeiras velhas daí de dentro?, conta José Francisco Pereira, que mora a 20 anos nas margens do igarapé 2 de Abril, no bairro Casa Preta. Segundo ele, além de lixo, o rio recebe também o esgoto das ruas que ainda não têm sistema de saneamento básico.
Para o morador, que assistiu ainda o tempo em que se banhavam nas águas do igarapé, a situação só vai mudar se tiver uma fiscalização. ?Se botar um fiscal proibindo as pessoas de colocarem lixo nos rios, pode ser que mude. Quem colocasse deveria ser multado ou até preso?, considera. A situação de outros igarapés no município também não é diferente. As águas estão todas contaminadas e montanhas de lixos nas margens dos igarapés também acompanham o fim das ruas.
Manter as ruas e avenidas de Ji-Paraná limpas, não é uma tarefa muito fácil, garante Assis Canuto, até porque muitas pessoas ainda têm o costume de jogar o lixo no chão. Além de ser falta de educação e crime ambiental, essa atitude causa sérios problemas, como o entupimento de bueiros e galerias.
De acordo com o secretário de obras, essa cultura de jogar lixo nas ruas persiste por todo o município. ?Em algumas avenidas e ruas, por exemplo, a varrição é feita sempre, mas logo depois do trabalho realizado percebemos que está tudo sujo de novo. Parte da população não está desempenhando o seu papel. Não custa nada jogar o lixo na lixeira?, disse.
Nesse período de chuva, segundo o secretário, o problema ainda é maior, pois a enxurrada leva os lixos para a boca de lobo vedando a passagem da água, causando entupimento. Assis lembra ainda que em relação à coleta de lixo domiciliar, a dona de casa deve colocar o lixo para fora poucas horas antes do lixeiro passar. ?Não existe coleta aos domingos e mesmo assim as pessoas colocam o lixo dias antes, deixando o lixo exposto. Faço outro apelo à população que é para não jogar entulhos em terrenos baldios. Com esse acúmulo, aparecem mais baratas, moscas, motivo de muita reclamação por parte dos próprios moradores?, enfatiza.
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