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Falta acessibilidade em Ji-Paraná
(Paulo Demétrius) Imaginem um mundo onde você não pode entrar em certas lojas, utilizar o transporte e os banheiros públicos, tem dificuldades para encontrar um restaurante, ter que gritar com o balconista porque o balcão é alto demais. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), esta é a realidade de aproximadamente 10% dos habitantes do planeta. Para sanar as dificuldades dessa enorme parcela da população mundial, recentemente, foram criadas normas públicas para se facilitar o acesso de pessoas portadoras de necessidades especiais, entre elas: Idosos, deficientes físicos, gestantes e carrinhos de bebês são exemplos mais fáceis entre os muitos cidadãos que encontram dificuldades de acesso. Em Ji-Paraná, a situação não é diferente. O CP conversou com profissionais da Associação de Deficientes Físicos da Amazônia Legal (ASDEFAL), e pode constatar que a situação na cidade é precária no que se refere à acessibilidade a população. O presidente da Associação, Edson Pinheiro de Faria, deficiente físico, disse se tratar de um desrespeito com o portador de necessidades especiais do município. ?O portador de deficiência física de Ji-Paraná passa por enormes dificuldades. São pouquíssimos lugares que oferecem a estrutura correta para o livre acesso?, diz o presidente. Outro ponto que Edson destacou, foi a falta de interesse público em sanar esse problema. ?Falta força de vontade política. Existem leis que amparam essa parcela da população, mas as minorias no Brasil, nunca saem do papel?, alerta o representante da ASDEFAL. Foi esse desrespeito e falta de auxílio, que motivou a criação da Associação na cidade ? que em junho desse ano, completará 20 anos de funcionamento. Edson explicou que a Associação é uma instituição que não tem fins lucrativos, e não é ligada a nenhum grupo específico, mas sim através de convênios e parcerias. ?Nosso modo de trabalho é prestando assistência aos deficientes físicos que nos procuram. Desde fornecimento de equipamentos ortopédicos e fisioterapia, até a triagem de currículos para enviarmos as empresas que tem interesse em contratar pessoas com problemas de mobilidade.? Porém, para a ASDEFAL, os serviços que a associação presta, só são necessários porque setores da sociedade não cumprem as leis. ?Nós da associação, temos que muitas vezes fazer os transportes dos associados, porque em Ji-Paraná é impossível se pegar uma condução de forma segura e sem se submeter a qualquer tipo de humilhação?, enfatiza Edson. ACESSIBILIDADE URBANA - Neide Giupato, deficiente física, conta que por várias vezes se viu em situação de dificuldade porque não se cumpre as normas previstas na legislação. ?Na cidade, existem diversos lugares que eu não posso ter acesso porque não possui a estrutura adequada. No meu vestibular, tive que fazer uma prova sozinha em uma sala separada porque não existia uma rampa pra me locomover para o segundo andar?, exemplifica a secretária. Edson Pinheiro conta ainda que é muito comum que órgãos públicos da cidade, como bancos, cartórios e universidades, não oferecerem a estrutura adequada. ?Muito da responsabilidade dessa deficiência grave na parte estrutural dos prédios, é do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA), que é quem dá o aval para uma obra pode ser iniciada?, finaliza o presidente da Associação. Uma das grandes reclamações da ASDEFAL, é a falta de consciência da população de Ji-Paraná em continuar estacionando em vagas destinadas para deficientes físicos. Adelino Rodrigues, tesoureiro da Associação, conta que, para acabar com o problema, o órgão está cobrando das autoridades de trânsito uma fiscalização mais severa. ?Uma das formas de agirmos para acabar com isso, é exigindo que, quem não respeita o espaço reservado, seja multado?, explica Adelino. Pensando na facilitação da aplicação das leis, foi que a ASDEFAL disponibilizou adesivos colados no pára-brisa que indicam quais carros estão autorizados a permanecerem na vaga. ?Esse método facilita o trabalho do guarda de trânsito, que de longe, já vai saber se o dono do automóvel é portador de necessidades especiais?, diz o presidente da ASDEFAL, Edson Pinheiro. Para ter acesso a esse adesivo, basta procura a sede da associação e solicitá-lo. Olho: ?Falta força de vontade política. Existem leis que amparam essa parcela da população, mas as minorias no Brasil, nunca saem do papel? ...


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