Livros são resgatados do lixo
> ?Não existe nenhuma tecnologia que irá substituir um livro ele é insubstituível?.
(Josias Brito) Livros de Física, Química, Língua Portuguesa, Inglês, Matemática, Geografia e de algumas séries e editoras foram jogados no lixo da rua JK, no bairro Casa Preta, em Ji-Paraná. Muitas pessoas ficaram chocadas ao se depararem, na manhã de ontem (24), com livros e mais livros no lixo. A equipe do CP recolheu as literaturas e doou para a biblioteca de uma escola estadual do mesmo bairro.
O que chocou a nossa reportagem, foi o desperdício. Livros como o de ?Literatura?, as ?Técnicas para uma Leitura Rápida e Eficaz?, de língua portuguesa?, de Donald Weiss; o ?Carnavais, Malandros e Heróis?, do antropólogo Roberto da Matta, além de vários outros volumes de autores conhecidos da literatura brasileira, foram jogados fora na última terça-feira (23) onde já se encontravam molhados e parcialmente estragados pela chuva.
?Por que fizeram isso? São livros bons que poderiam ser doados a estudantes carentes ou entregues em bibliotecas públicas. Isso é falta de senso da realidade e de compromisso social?, declarou um morador que passava pelo local e indignado, pegou alguns dos livros e levou para seus filhos que, segundo ele, estavam precisando muito deles para estudarem.
A equipe de reportagem do CP, vendo a montanha de livros na lixeira, recolheu todos os livros, que ainda estavam em perfeito estado e entrou em contato com a direção da Escola Estadual Carmen Rocha Borges e doou os livros que restavam no lixo.
?Inacreditável imaginar que com tantos lugares (bibliotecas) que aceitam doações de livros um "cidadão" jogue obras raras no lixo?, disse um morador inconformado com o descaso da população.
LEI ? Para a professora de Ciência Rafaelle Nazário, poderia existir uma Lei que proibisse o desperdício de literaturas. Segundo a professora, os livros que foram encontrados no lixo, poderão ser usados como meio de pesquisa. ?É horrível isso! Não custa nada fazer uma doação. Um livro, por mais velho que seja, é cultura e entretenimento? disse a professora, informando ainda que os alunos de baixa renda da periferia sempre precisam de livros para realizarem suas pesquisas escolares.
Crianças aprendem com livros jogados no lixo
(Josias Brito) Os livros jogados no lixo por alguns viraram fonte de aprendizado e lazer para outros. Crianças da Escola Estadual Carmem Rocha Borges, em Ji-Paraná, estão usufruindo daquilo que muita gente não quer e que se esquece da riqueza que as páginas dos livros trazem.
Os quase 30 livros e revistas que seriam destruídos no lixão e que foram doados pelo CP a escola, estão à disposição na biblioteca da escola, que conta atualmente com 500 estudantes de 1º ao 9ª ano. O espaço, vem sendo utilizado pelos professores e a direção da escola como um incentivo a leitura.
O vice-diretor José Carlos dos Santos disse que o livro, um bem cultural, é um meio de comunicação que perpetua há tempos e que a população precisa zelar. ?Não existe nenhuma tecnologia que irá substituir um livro, ele é insubstituível?, enfatizou o professor.
Segundo o vice-diretor, nas escolas mais distantes, o livro é a forma mas fácil e prática para estudar. ?Nossa escola possui atualmente uma biblioteca com mais de dois mil livros e uma equipe paradidática que trabalham os projetos de leitura?, disse.
Conforme ainda José Carlos, o objetivo deste projeto na escola é incentivar e desenvolver o hábito da leitura. O vice-diretor elogiou a iniciativa da equipe do CP e disse que a escola está de portas abertas para a doação de livros. Esperamos que esta iniciativa sirva de exemplo e que as pessoas não joguem livros no lixo, que procurem outras escolas e façam doações para os que necessitam de literaturas?, conclui José Carlos.
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