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700 milhões de pessoas vivem sem saneamento
Cerca de 700 milhões de pessoas, permanecem sem nenhum tipo de saneamento básico e 2,5 bilhões delas vivem sem instalações sanitárias adequadas, advertiu na última quarta-feira (24), o contabilista Dennis Mwanza, do Water and Sanitation Program (WSP), programa de água e saneamento do Banco Mundial. Embora proporcionalmente a quantidade de pessoas sem acesso a esses serviços venha diminuindo nas últimas décadas, a carência continua, informou Mwanza no evento ?Unindo a divisão: aprimorando o fornecimento de água e o saneamento para os pobres urbanos?, no Fórum Urbano Mundial 5, que acontece no Rio de Janeiro. A região com os piores números do planeta é o sudeste asiático, embora os países da área tenham reduzido em 17 pontos percentuais a proporção de pessoas que ainda precisam defecar e urinar ao ar livre, sem nenhuma separação sanitária, em um período de 16 anos. Mwanza recebeu convidados para descrever programas de saneamento em favelas e áreas carentes em diferentes locais. O primeiro a falar foi o indonésio Nugroho Tri Utomo, que explicou as ações para reduzir o esgoto a céu aberto em seu país, que faz parte justamente da região mais afetada pela carência de saneamento no mundo. Além da falta de sistemas de saneamento, a população da Indonésia, maior que a do Brasil ? 242 milhões segundo o censo mais recente, de 2005 ? ainda sofre com constantes enchentes, espalhando sujeira dos esgotos ao ar livre, especialmente nas áreas mais pobres. SISTEMA IMPROVISADO - Chefe da equipe do WSP para a América Latina, Glenn Pearce-Oroz citou o curioso exemplo de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, onde 58% da população têm acesso ao saneamento completo, mas o restante precisa apelar a cerca de 40 companhias pequenas que removem os excrementos de fossas caseiras com caminhões. As inadequações começam, na verdade, nas próprias residências, 80% com falhas técnicas em suas fossas, segundo pesquisa do WSF. Os problemas continuam nos caminhões das companhias de remoção, 90% dos quais não levam nenhum aviso de que espécie de material que estão transportando e chegam aos depósitos, 65% em lagos de oxidação, mas 35% em terrenos baldios e áreas de cultivo ? destas, Pearce-Oroz ainda ponderou que muitos agricultores pedem os excrementos para usar como adubo orgânico. PROGRAMA DE SANEAMENTO - Também na América Latina, Marco Zegarra, do governo estadual da La Libertad, no Peru, destacou a dificuldade de se planejar um programa de saneamento em áreas pobres num país de administração altamente centralizada. Também foi abordado um sistema que vem tentando se desenvolver em Burkina Faso, na África, com fossas comunitárias nas áreas carentes rurais. Metade da população do país ainda precisa fazer as necessidades ao ar livre, principalmente nessas regiões. ...


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