Fumo passivo eleva risco cardiovascular em crianças e jovens
(Folha de S.Paulo) O fumo passivo pode afetar a saúde das artérias bem mais cedo do que se acredita. Crianças e adolescentes que moram com pessoas fumantes já apresentam, em consequência, um espessamento das paredes dos vasos, conforme revela uma pesquisa finlandesa publicada no periódico "Circulation". Até este momento, esse efeito da exposição à fumaça do cigarro não havia sido estudado em menores de 18 anos.
A pesquisa envolveu 494 crianças de oito a 13 anos. Os cientistas mediram vários parâmetros que avaliam a saúde das artérias e verificaram que, nas pessoas expostas ao cigarro, os indicadores eram piores. Os participantes foram divididos em grupos conforme os níveis de cotinina encontrados no sangue --esse subproduto da nicotina é o principal marcador para exposição à fumaça.
Um exame de ultrassom mediu o espessamento da aorta e da carótida. Os resultados da análise mostram que as crianças com mais cotinina no sangue tinham paredes das carótidas 7% mais espessas, em média, do que aquelas com níveis mais baixos da substância.
A aorta dos integrantes do grupo exposto à fumaça de cigarro mostrou-se 8% mais espessa, em média. A flexibilidade das artérias do braço --ou fluxo da artéria braquial--, outro parâmetro da saúde dos vasos e do risco cardiovascular, mostrou-se 15% inferior nos adolescentes com níveis mais altos de cotinina. O colesterol desses pesquisados também estava elevado.
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