População de baixa renda sofre com a inflação
(Da redação) A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou ontem (12), um estudo que detectou um aumento no custo de vida na faixa da população de menor renda no mês de março, por conta dos reajustes dos produtos alimentícios, justamente o item de maior peso no orçamento desse grupo.
A alta dos preços dos alimentos pesou mais no bolso da população de baixa renda em março. No mês passado, a inflação para essa faixa da população ficou em 1,40%, acima da variação de 0,90% no mês anterior.
No mês passado, os preços dos alimentos subiram 3,31%, por conta, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), de aumentos importantes em itens como feijão, cuja taxa passou de -0,27% em fevereiro para 8,46%, e do tomate (de 33,47% para 47,85%).
Também ficaram maiores, na mesma comparação, as variações dos quesitos que representavam os gastos em educação, leitura e recreação (de -0,45% para 0,23%) e saúde e cuidados pessoais (de -0,01% para 0,37%).
Na outra ponta, uma alta maior registrada pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) foi contida pela redução nas taxas do grupo de gastos em transportes (de 2,67% para 0,37%), vestuário (de -0,58% para -0,91%) e habitação (de 0,12% para 0,08%).
Segundo o estudo econômico da Fundação Getúlio Vargas, ?as altas podem parecer irrisórias quando analisa-se separadamente cada quesito, mas, em uma média acumulada, as altas passam a ser sentidas no orçamento das famílias de baixa renda?.
Sandra Aquino Soares, empregada doméstica residente em Ji-Paraná, desconhece a pesquisa e diz que ?os preços sempre aumentam, dessa vez, o aumento foi no alimento e no transporte. Já senti pesar no bolso em outras vezes e em outros produtos. Na verdade, a única coisa que não sobe é o salário?, reclamou a empregada.
A reclamação da empregada faz sentido, pois em dados que consideram anos anteriores, a inflação cresce de forma contínua, mesmo que de forma pouco acentuada. Para a FGV, ?esse cenário de inflação moderada está dentro da normalidade da economia brasileira?... Não é o que pensam as 'Sandras' país afora.
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