Produtores Culturais se reúnem com Confúcio e discutem propostas para o Estado
Produtores culturais de Porto Velho reuniram-se na noite desta segunda-feira (31), no Salão Jamari, do Hotel Aquarius, com o pré-candidato do PMDB ao governo do Estado, Confúcio Moura para debaterem propostas de plano de governo para a área da Cultura em Rondônia. A sugestão do encontro partiu de representantes do segmento e o convite a Confúcio foi feito através da rede social Twitter.
De acordo com os produtores presentes ao evento, a área cultural no Estado padece da falta de incentivos. Uma reivindicação unânime da categoria, conforme expuseram os presentes à reunião, é a criação da secretaria de cultura, autônoma e independente da área do esporte. ´Hoje vivemos do que sobra do esporte. O que significa quase nada´, critica Vinícius Lemos, idealizador do festival de música Casarão.
Outra reivindicação do segmento é a homologação da lei estadual de incentivo à cultura. Segundo os produtores existe uma lei já aprovada, mas que o executivo nunca a homologou. " Somos um dos poucos estados brasileiros que ainda não tem uma lei de incentivo à cultura", diz Lemos.
" Falta da parte do Estado um compromisso com o saber artístico" , complementa Chicão Santos, do grupo O Imaginário e produtor do espetáculo Filhas da Mata, que está circulando o país através do projeto Palco Giratório.
" Não temos incentivo à produção do conhecimento", vai mais longe Marcos Aurélio Marques, produtor e pesquisador da área cultural. Para Marcos o Estado precisa na realidade de uma política pública de incentivo à produção cultural, à ciência e à tecnologia.
Um outro ponto de convergência entre os participantes da reunião, diz respeito à necessidade da publicação de editais para a apresentação de projetos para captação de recursos. ´Os editais nos permitiriam sair da condição de mendicância. Do pires nas mãos. É um processo mais democrático´, afirma Vinícius Lemos.
Na opinião de Confúcio as propostas apresentadas pelo segmento são justas e perfeitamente factíveis. " A cultura, assim como a educação são transformadoras. Formam cidadãos críticos. Além disso a cultura gera renda, emprego e riqueza", analisa. Moura defende a criação de uma fundação para gerir a área cultural do Estado, ao invés de uma secretaria. " A fundação é mais ágil, menos burocrática. Dá mais autonomia à área", defende.
Confúcio falou do modelo de educação integral implantado em Ariquemes durante sua gestão como prefeito. "Nele, em um turno, boa parte das atividades são culturais. As crianças têm aulas de dança, teatro e música". Confúcio comentou também sobre outra iniciativa sua no município, o projeto Cuia do Livro, uma espécie de biblioteca intinerante, cujos livros são transportados em carrinhos de mão padronizados e instalados em casas em bairros da periferia da cidade. Lá permanecem por 30 dias e o próprio morador se encarrega dos empréstimos dos livros para a vizinhança. A construção do teatro em Ariquemes, com capacidade para mais de 500 pessoas, também foi citada por Moura. A obra do teatro está em fase avançada. "Será capaz de receber qualquer companhia teatral do país", garante.
Para Confúcio cabe ao homem público ouvir as necessidades do setor e ter a sensibilidade de fazer acontecer. " Eu só acredito nas coisas feitas em parceria com a sociedade organizada", sinaliza.
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