Laranja azeda: Brasil parou para assistir derrota
Em apagão no segundo tempo, Holanda vira e acaba com o hexa
(Da redação) Estava tudo pronto para uma vitória incontestável. Domínio total no primeiro tempo, 1 a 0, chances de gol, bom futebol, jogo fácil. Na segunda etapa, a história mudou de rumo, e o time só perdeu. A super defesa perdeu duas bolas pelo alto e levou a virada. A seleção se perdeu em campo e não teve mais reação. Felipe Melo perdeu a cabeça, agrediu Robben e foi expulso. O Brasil se perdeu taticamente, tecnicamente, emocionalmente. Pelo segundo Mundial seguido, a equipe perdeu nas quartas de final. O fato de trocar a badalação de 2006 para isolamento de 2010 não surtiu efeito. Depois de quatro anos, o sentimento de decepção se repete. Agora, o sonho do hexacampeonato fica para 2014, quando o Brasil recebe a Copa. Mais quatro anos de espera.
A seleção, depois da reação holandesa, passou a fazer cara feia, a brigar em campo. Mas só cara feia não ganha Copa do Mundo.
Dunga conquistou tudo que disputou desde que assumiu. Levou a Copa América, a Copa das Confederações e classificou nas eliminatórias em primeiro lugar. Mas no grande teste o técnico fracassou. Depois de tantos treinos fechados, faltaram soluções táticas. E também opções no banco de reservas. Principalmente na armação. Júlio Baptista e Ramires não estão prontos para isso. São apenas soldados. Mas só soldados não vencem guerra nenhuma.
Talvez o treinador tenha perdido tempo demais brigando com a imprensa. Acabar com os privilégios e deixar a seleção concentrada foi seu acerto, mas para construir isso o treinador pegou o caminho do conflito contra tudo e contra todos.
Em 2006, a seleção caiu nas quartas de final diante da França com a imagem de uma equipe apática, sem amor à camisa. Desta vez, o time que tanto brigou deixou como última impressão a total desorganização nos minutos finais. O último ataque da Holanda parecia roda de bobinho. E dentro da área do Brasil. Muitos jogadores ficaram no ataque só olhando.
A seleção que já virou partidas importantes com Dunga não mostrou esse poder no momento em que mais precisou. No primeiro jogo da Copa em que ficou em desvantagem, o Brasil se perdeu. Faltou concentração. Faltou eficiência. E faltou a criação. A habilidade e o improviso que ameaçaram aparecer no primeiro tempo não voltaram do intervalo. O time burocrata fracassou. Sobrou união, mas faltou futebol. Fica a lição para 2014.
Torcedores assistem jogos em lanchonetes
> O comércio de Ji-Paraná parou para assistir os jogos da Seleção Brasileira
(Josias Brito) Diversos bares e chopperias de Ji-Paraná alteraram sua rotina de trabalho para se adaptar aos horários dos jogos da seleção brasileira que terminou na manhã de ontem (2), com a derrota do Brasil por 2 a 1 para a Holanda. O objetivo era atender aquela fatia do público para quem, mais que uma competição esportiva, a Copa do Mundo é um verdadeiro acontecimento de entretenimento e lazer. Para grande parte da população do município, apenas acompanhar os jogos da seleção brasileira diante da televisão não era uma opção: era necessário compartilhar a alegria com amigos e familiares e unir a torcida em torno da busca pelo hexacampeonato - tudo, é claro, acompanhado de boa comida e bebida.
E foi de olho nesse público consumidor que alguns estabelecimentos comerciais de Ji-Paraná optou por investir. Mais do que comprar ou alugar TVs de grandes telas e alta definição de imagem, eles tiveram de adaptar seu horário de funcionamento, criando uma nova e custosa rotina para seus funcionários nos dias de jogos do Brasil. O proprietário da Center Chopp, Junior Calegaro explica que foram realizadas algumas promoções durante os primeiros jogos do Brasil. Segundo ele, a chopperia tem oferecido aos torcedores, além de bebidas bem gelada, ainda um cardápio tradicional.
Durante os jogos do Brasil, algumas lanchonetes e lojas de conveniência, no centro da cidade, também se prepararam para quando a bola começou a rolar. Alguns estabelecimentos que abriam normalmente às 17 horas, passaram a abrir antecipadamente nos dias em que o Brasil esteve em campo e agora, a partir de hoje, voltarão a abrir as portas no horário normal. Outra iniciativa dos proprietários dos comércios, foram alugar mais TVs e telões para que todo mundo, de qualquer ângulo, pudesse acompanhar bem as partidas. Os comerciantes ainda ficavam abertos até depois dos jogos.
DECORAÇÃO ? Após a derrota do Brasil para a Holanda por 2 a 1, os lojistas de Ji-Paraná retiraram as decorações da Copa do Mundo. Segundo os comerciantes, a eliminação precoce frustrou os planos deles, por isso a iniciativa. Na Rua Abílio Freire, no centro de Ji-Paraná, um lojista começou a retirar toda a decoração verde e amarela, as camisetas da seleção brasileira e as bandeiras do Brasil do seu comércio por volta das 12h10, minutos após a derrota do Brasil para a Holanda que eliminou a seleção brasileira da Copa do Mundo.
Os lojistas estavam equipados com camisetas personalizadas e outros artigos esportivos e foram obrigados a retirarem da amostra. ?Estávamos todos otimistas quanto à venda durante a Copa, mas com a derrota do Brasil, todos os produtos esportivos da seleção perdem valor comercial e, somos obrigados a guardá-los no estoque, para uma promoção?, ressaltou o comerciante Ademir de Freitas.
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