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Uma na??o, v?rios Brasis (PARTE 3)

Data da notícia: 2023-09-21 18:30:16
Foto: Assessoria

Temos o Brasil que alardeia o esfor?o para recompor o sal?rio m?nimo e o Brasil que pune os trabalhadores, profissionais aut?nomos, aposentados e pensionistas por meio da tributa??o sobre infla??o ao n?o corrigir anualmente (pelo ?ndice inflacion?rio) as tabelas do Imposto de Renda da Pessoa F?sica e das aposentadorias e pens?es pagas pelo INSS. Se a corre??o fosse aplicada nesses moldes, 93% dos brasileiros estariam isentos do Imposto de Renda e ter?amos, por consequ?ncia, o maior projeto social da na??o. Um pa?s que mant?m taxa??o elevad?ssima sobre empregos, onerando estados, munic?pios, empresas e trabalhadores, impedindo, dessa forma, o aumento do n?vel de emprego e da remunera??o dos trabalhadores e do funcionalismo p?blico.

Basta ver que, no caso de uma empresa n?o optante pelo Simples, recaem 67,22% de encargos sobre o sal?rio pago a um empregado mensalista. Sobre o sal?rio/hora, os encargos s?o ainda maiores e chegam a 95,22%. A situa??o ? perversa.

Um trabalhador registrado com sal?rio mensal de R$ 5.000,00 tem R$ 525,95 descontados em folha de contribui??o do INSS, al?m de mais R$ 354,94 de Imposto de Renda retido na fonte. Seu sal?rio l?quido, ent?o, cai para R$ 4.119,11. Ou seja: o governo fica com 17,62% do sal?rio desse trabalhador, a quem caber?, ao final, apenas 82,38% de seu sal?rio bruto.

Esse mesmo trabalhador custar? mensalmente ? empresa empregadora R$ 8.361,00, sendo R$ 5.000,00 de sal?rio e mais R$ 3.361,00 de encargos sociais. Somando tudo, o governo fica com R$ 4.241,86 por m?s, valor maior do que o trabalhador leva para casa.

H? o Brasil que discursa pela necessidade de preserva??o da Amaz?nia e busca o apoio internacional para que sejam evitados desastres clim?ticos e ambientais. E h? o Brasil que ignora os 18,5 milh?es de habitantes da regi?o amaz?nica, cuja consci?ncia ambiental ? respons?vel por manter cerca de 84% da floresta em p?. s?o brasileiros simples ? caboclos, ribeirinhos e ind?genas ? que sofrem com a falta de infraestrutura b?sica, baixo ?ndice de desenvolvimento humano (IDH) porque a Uni?o destina mais de 63% dos seus gastos tribut?rios (ren?ncias fiscais) ? o correspondente a 4,5% a 5% do PIB ? para o Sudeste e Sul, mais desenvolvidos, em contrariedade ? Constitui??o Federal, segundo a qual as ren?ncias fiscais t?m de ser utilizadas para combater as desigualdades regionais e sociais.

Existe o Brasil que ocupa a 94? posi??o, entre 180 pa?ses, no ?ndice de Percep??o da Corrup??o (IPC), principal indicador de corrup??o do mundo, produzido pela Transpar?ncia Internacional. Esse mal suga dos cofres p?blicos algo entre 1,38% e 2,3% do PIB, segundo estudo da Federa??o das Ind?strias do Estado de s?o Paulo. tamb?m existe o Brasil que pune pouco os agentes p?blicos por malversa??o do dinheiro p?blico e enriquecimento il?cito e que se transformou em uma esp?cie de pa?s de corruptores sem corruptos depois que, num passado muito recente, grandes empreiteiras, alvos de grande investiga??o, confessaram o pagamento de propina para obten??o de contratos milion?rios em obras p?blicas, devolveram bilh?es aos cofres p?blicos e, apesar disso, condena??es de agentes.

Existem, enfim, v?rios Brasis, nos quais est?o inseridos 203 milh?es de cidad?os de realidades absolutamente distintas. Cabe a esse povo escolher qual o Brasil que deseja para si e, principalmente, para as pr?ximas gera??es. Um Brasil, certamente, que n?o aceita corrup??o.

Fonte: Samuel Hanan




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