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Por que viver uma experi?ncia religiosa?

Data da notícia: 2023-11-10 18:20:10
Foto: Assessoria

Como pesquisador na ?rea das Ci?ncias da Religi?o, comecei a me interessar pela seguinte quest?o: por que fazer uma experi?ncia religiosa? Come?o do princ?pio de que h?, basicamente, dois tipos de pessoas no mundo: de um lado, aquelas que regem a vida guiadas pelas suas experi?ncias religiosas; e, de outro, aquelas que ignoram a religi?o ou n?o a consideram como parte da vida delas.

Mircea Eliade, importante historiador das religi?es, acredita que existam essas duas modalidades de ser no mundo. Ele classifica essas duas realidades como sagrado e profano, respectivamente. Nesse caso, o sagrado diz respeito ?quela pessoa que conduz sua vida a partir das hierofanias, ou seja, de realidades sagradas que se revelam. J? o termo profano est? relacionado ? pessoa que se prop?e a viver num mundo dessacralizado, privando-se, por op??o, das experi?ncias religiosas.

Respeito, profundamente, as pessoas que escolhem essa segunda op??o, mas n?o posso deixar de dizer que acho essa escolha um tanto quanto dif?cil, porque ? da natureza humana essa busca pelo transcendente.

Desde os prim?rdios, o homem vem procurando entender mais sobre a origem e o sentido da vida e da morte, relacionando-se com as divindades e poderes sobrenaturais. O Catecismo da Igreja Cat?lica, no par?grafo 2566, afirma: ?O homem est? ? procura de Deus, pois foi criado por Ele. Mesmo perdendo a proximidade com o criador, por causa do pecado, ainda sim, continua sendo imagem e semelhan?a d?Ele e, por isso, conserva esse desejo por Deus?. Segundo a mesma obra, todas as religi?es testemunham essa procura essencial dos homens, porque nossas culturas, tanto a ocidental quanto a oriental, s?o permeadas, ainda hoje, pelas manifesta??es e interlocu??es com a transcend?ncia.

Peguemos, por exemplo, as manifesta??es art?sticas: v?rias delas apresentam representa??es da religiosidade. Exemplos s?o os mais variados: na pintura, o holand?s Rembrandt com o seu bel?ssimo quadro ?O retorno do filho pr?digo?; na escultura, o artista do barroco mineiro Aleijadinho com ?Os doze profetas?; na literatura, o russo ortodoxo Fi?dor Dostoi?vski com ?Crime e Castigo?, que relata a vida de um jovem e seu encontro com a B?blia; no teatro, Ariano Suassuna com ?O Auto da Compadecida?, obra baseada na literatura de cordel e na piedade do nordestino. Artistas conhecidos mundialmente refletiram a religiosidade em suas obras. Isso sem contar a presen?a desse reflexo nas outras ?reas de conhecimento.

Se, desde os prim?rdios at? hoje, o homem busca respostas para as quest?es relacionadas ao sentido da exist?ncia humana; se as pessoas buscam, mesmo que inconscientemente, Deus e todas as religi?es testemunham essa procura; se a nossa cultura est? permeada pela influ?ncia religiosa das mais variadas formas, termino o texto invertendo a pergunta inicial: diante dessas constata??es, por que deixar de fazer uma experi?ncia religiosa, por que n?o me tornar uma pessoa religiosa, ou seja, que passa a enxergar o mundo, as outras pessoas, a si mesmo e a vida de uma maneira diferente, de uma maneira mais sagrada? Que Deus nos aben?oe!

Fonte: Denis Duarte




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