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ASSIM ERA O INTERIOR

Data da notícia: 2024-02-14 17:50:09
Foto: Assessoria/Divulga??o

O sino solit?rio da matriz anuncia que a cidade n?o est? deserta. Seus homens ca?adores da rotina saem das cavernas onde os cascav?is manifestam o seu poderio.

Os jovens desocupados ocupam os cora??es das adolescentes. Como garimpeiro em mar pr?digo busca insaciavelmente os sonhos distantes.

O filho do fazendeiro aquele que foi para capital e voltou, queria ser doutor, mas o destino foi trai?oeiro. Agora trabalha desesperadamente. Seus ideais os tratores enterraram. Na sua fazenda, sonha com cidade, com a menina de suas quimeras, com o baile no fim de semana no clube, com a boate. As luzes da noite desenham estrelas nas ruas desertas. Seus usu?rios, como guerreiro hom?rico, atiram nas ilus?es da meia-noite. A vida n?o tem assombra??o. ? uma del?cia ver as adolescentes brincarem de Branca de Neve. Mesmo se o p?blico ? de an?es.

Agora s?o duas horas, hora fatal. e o filho do fazendeiro come?a a pensar ?o que ser? que minha namorada est? fazendo?? Lendo S?timo C?u? Torcendo pelo meu trabalho ou ouvindo r?dio? Se ela ama mentira eu amo a rotina. A vida se faz, n?o idealiza. A vida se consegue, n?o mistifica. Agora ? tarde, o trabalho no espa?o se perde. E l? vem o filho do fazendeiro todo vaidoso. Avista da igreja e as meninas da periferia toda sonhando com ele. Cheio de raz?o e portador de sonhos, chega na cidade. Que maravilha!

As normalistas que passam para as escolas carregam nos seus cadernos o sonho de dia ser donas de quem ? dono da cidade. A ?NICA ADOLESCENTE ATREVE SONHAR DIFERENTE AO ESP?RITO DA ?POCA. N?O DORME DIREITO A NOITE SONHANDO E TORCENDO PELO SEU NAMORADO QUE FOI SE AVENTURAR NA CAPITAL. A certeza de que a simplicidade ? fonte inesgot?vel de felicidade. A pureza ? sintoma evidente de que o c?u ? ating?vel.

Os baianos da cidades roubam os cora??es como profissionais da arte seduzir. A vida se resume num artif?cio aconchegante em noite de lua cheia. A utopia mora com a felicidade. Ambas enfeitam com simplicidade as ruas dos c?es poetas. A ci?ncia, coitada passa como rel?mpago em noite de tempestade. A raz?o s? tem coexist?ncia se a vida ? a protagonista.

? um para?so que passa pela janela. Os dias ?teis parecem feriados constantes. A paisagem real faz inveja aos cientistas mais convictos. O c?tico acredita que a felicidade ? uma eterna mentira. Neste universo fragmentado o todo s? ? ating?vel com plenitude consistente de ir al?m da felicidade.

PREFIRO O COQUEIRAL DE HOJE, POR?M RESPEITO OS SAUDOSISTAS

Fonte: JUAREZ ALVARENGA




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