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LENDO MAIS LIVROS

Data da notícia: 2024-02-28 17:52:38
Foto: Assessoria/Divulga??o

No lan?amento do meu segundo livro de contos, h? muito tempo, recebi v?rios cumprimentos ? verbalmente, por telefone, por carta, por todos os meios dispon?veis na ?poca, de pessoas que fizeram quest?o de se pronunciar a respeito, dar a sua opini?o.

Excelente, pois o term?metro para medir a qualidade do nosso trabalho ? o leitor.

Passado algum tempo da euforia do lan?amento, recebi outras duas liga??es que se destacaram e me fizeram escrever esta cr?nica. A primeira, de uma pessoa que eu n?o conhecia e que, tendo comprado o livro, ligou para dizer que se identificou com a verossimilhan?a dos meus contos, que gostou da maneira como abordei a realidade do cotidiano das personagens ? personagens que poderiam existir do lado de c?, de fora dos livros.

E a outra liga??o, era de pessoa que eu tamb?m n?o conhecia, muito zangada, indignada, at?, porque num dos contos havia uma personagem com caracter?sticas e em situa??es que guardavam semelhan?a com algu?m de sua fam?lia.

O mais importante de tudo isso ? a comprova??o de que aquelas pessoas leram os livros. Talvez isso n?o aconte?a, ainda, com a frequ?ncia que desejar?amos, mas est? acontecendo. E agora esse feed back ? ainda mais r?pido, pois h? internet para isso: o e-mail, aplicativos como Whatsapp, Facebook, etc., facilitam a comunica??o. Se o leitor entra em contato com a gente para comentar a obra, ? porque realmente leu o livro.

Devagar, com bons livros, com boas aulas de leitura e literatura nas escolas, boas bibliotecas, boa literatura infantil ? coisa que, com certeza, temos em nosso pa?s ? e, principalmente, colocando a crian?a em contato com livros desde muito cedo, vamos conseguindo atenuar aquela hist?ria de que brasileiro n?o l?. Poderia ler mais, se o pre?o do livro fosse um pouco menor, mas existem as bibliotecas municipais, de escolas, de associa??es, de clubes, existem os sebos e as feiras, onde se encontram bons livros que, ?s vezes, nem existem mais em livrairas.

E se n?s, autores, levarmos at? o leitor uma literatura que se identifique com ele, que tenha mais em comum com ele, que divida com ele espa?o, tempo e costumes, sem que com isso tenha que colocar de lado a criatividade e a imagina??o, estaremos colocando o livro mais perto do publico leitor e distanciando-o de pseudas literaturas que grassam por a?.

? verdade que chegar at? o leitor n?o ? f?cil, pois publicar um livro esbarra em diversos e enormes obst?culos. A edi??o pr?pria ? muito cara e a editoras querem t?tulos de autores conhecidos, que vendam pelo nome do autor, e a distribui??o de autores novos ? praticamente inexistente.

Resta a democracia da internet, que tem possibilitado a publica??o e proje??o de muitos novos escritores, e as editoras sob demanda e on line, que vendem o livro impresso e em e-Book, como Clube de Autores, publicando sem custo para o autor. Elas levam a parte delas quando da venda do livro. ? bem verdade que essa parte que elas levam ? a parte do le?o, bem substancial, mas o espa?o ? deles, est?o colocando, no m?nimo, nosso livro na vitrine. Se for bom, vender?. E ? assim que se t?m revelado autores de best sellers.

O meio eletr?nico ? acess?vel a todos e o espa?o est? l? para quem quiser. H? tamb?m a publica??o de antologias, tanto impressas como em e-book, o livro eletr?nico que j? ? uma realidade. O sistema de cooperativa, para financiar essas antologias, facilitam um pouco, pois cada um paga uma fatia. Os autores se re?nem, dividem despesas, resultados e trabalho, fazendo lan?amentos e colocando o livro debaixo do bra?o para oferec?-lo ou usando a internet para divulga-los e vend?-los, digitais ou impressos.

A divulga??o dos autores novos ou regionais ? muito pequena, os ve?culos de comunica??o n?o d?o a cobertura esperada para motivar o autor a continuar produzindo ou o leitor a criar o h?bito da leitura. As escolas j? n?o t?m, em seu conte?do program?tico, espa?o para a literatura como havia no passado. Aos poucos, no entanto, esse cen?rio pode mudar, quem sabe? A Internet, como j? dissemos, est? aproximando mais o autor do leitor. As revistas liter?rias sobrevivem ?s custas de autores abnegados que, muitas vezes, gastam dinheiro do pr?prio bolso para que as publica??es n?o acabem. Ou ent?o essas revistas precisam contar com colabora??es dos autores nelas publicam, para pagar os custos de edi??o, mesmo passando a ter apenas edi??es eletr?nicas. O importante ? que resistam e, quase sempre, nas suas edi??es eletr?nicas, t?m acesso gratuito, a exemplo das revistas do Grupo Liter?rio A ILHA, o SUPLEMENTO LITER?RIO A ILHA, com 43 anos de circula??o, e a nova ESCRITORES DO BRASIL.

Infelizmente as p?ginas liter?rias em jornais e revistas s?o coisas do passado, ? um espa?o que praticamente deixou de existir. Grandes suplementos liter?rios de jornais n?o existem mais, como o PROSA, do Globo. Mas h? o recurso da Internet, onde os novos podem publicar seus trabalhos, seja em blogs, redes de relacionamento como Facebook, Instagram e outros e em sites liter?rios.

J? disse isso, antes, mas n?o custa repetir: n?s, escritores, precisamos ir ?s escolas que existem em nossa cidade, ao nosso redor, na nossa regi?o, para divulgar a nossa literatura, a literatura dos autores com quem convivemos e at? os consagrados e os cl?ssicos, pois se os leitores em forma??o conhecerem os escritores perto deles, a obra desses escritores e de outros que forem recomendados, quem sabe n?o passar?o a ler mais, n?o adquirem o h?bito de ler?

Fonte: Luiz Carlos Amorim




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