Jornal Correio Popular Notícia

ARTIGO
Eu não quero a RRSI em Porto Velho

Data da notícia: 2024-05-31 17:47:46
Foto: Assessoria

Via de regra, mal encerra uma edição da Rondônia Rural Show Internacional (RRSI) e alguém corre para especular sobre a transferência da principal feira do agronegócio rondoniense de Ji-Paraná para Porto Velho. Mas de uns anos pra cá, esse movimento tem feito mais barulho, mesmo com os bons resultados.

Argumentos não faltam tanto para quem quer a troca das cidades quanto para aqueles que expressam, claramente, que não deve haver mudança. E eu fico com o segundo grupo. De governo a governo, desde 2001, a RRSI tem se estruturado para mostrar o melhor que o rondoniense pode produzir. E ele tem feito o dever de casa.

Por aqui, a iniciativa foi um achado, quase um “Ovo de Colombo”. O governo de Rondônia deixou de investir em pequenas feiras, estado afora, para se concentrar em só evento. Trata-se à época de colocar em prática um modelo bem-sucedido que desse mais visibilidade ao potencial de produção e pesquisa que temos por aqui.

E essa foi à agulha da bússola que guiou os organizadores da feira. A RRSI é um experimento vivo que tem se superado e demonstrado capacidade para continuar evoluindo, como foi há 13 anos. O que poucos percebem ou parece não perceber é que as deficiências como a falta de vagas na rede hoteleira local podem ser superadas.

Se antes um dos entraves para continuar feira era o local (Parque de Exposições Hermínio Victorelli), a criação do Centro Tecnológico Vandeci Rack fez calar a boca da turma que, já naquela época, tinha como segunda opção a capital. Em seguida, os “contra” argumentaram que a área rural não oferecia infraestrutura para acomodar veículos, público e expositores. Enganaram-se de novo. Competência e trabalho pesado mudaram, mais uma vez, esse cenário.

A RRSI é um evento de transformação não apenas de uma cidade, mas de uma região. Caso contrário, Porto Velho teria sido escolhido logo de cara. Lá, é o centro do poder político, tem uma boa rede hoteleira, opções gastronômicas, vias com capacidade para absorver o aumento do fluxo de veículos, pontos turísticos tradicionais, e tudo mais que a imaginação for capaz de elencar. Sem dúvida, dá mais trabalho começar do nada.

Desde 2018, Ji-Paraná é uma capital regional, segundo o IBGE, por ser um município de influência. Na prática, moradores de cidades vizinhas sempre têm que vir aqui para tratar de alguma questão, seja ela jurídica, administrativa ou de transporte, como é caso do aeroporto. Daí, a escolha dele para sediar a feira.

Por outro lado, muito do que é produzido pelos nossos vizinhos é comercializado aqui. Uma mão sempre lava outra e ambas trabalham pela integração econômica e social. De modo geral, todos se beneficiam da RRSI, até quem sempre fala mal. Ela não é evento de um só município, mas de um estado. Se nos conscientizar disso, estaríamos apresentando mais alternativas para contribuir com a feira do que a cômoda (e repetitiva) insistência de levá-la daqui para outro lugar.

Fonte: Jairo Ardull




Compartilhe com seus amigos:
 




www.correiopopular.com.br
é uma publicação pertencente à EMPRESA JORNALÍSTICA CP DE RONDÔNIA LTDA
2016 - Todos os direitos reservados
Contatos: redacao@correiopopular.net - comercial@correiopopular.com.br - cpredacao@uol.com.br
Telefone: 69-3421-6853.