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ARTIGO
Dos livros é que sai a identidade do brasileiro

Data da notícia: 2025-04-17 18:18:59
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Para se vestir de uma personalidade amadurecida, para se munir de autoestima, a criança precisa se entender e identificar quem ela é. Ela precisa sentir sua formação cultural, juntamente com o entendimento do passado como pertencente a uma nação. O orgulho de ser quem é e a construção da potencialidade pessoal têm como abre-alas a valorização do seu arredor e do que a gerou.

Mas a nossa fragilidade, como brasileiros, está em carregar uma vulnerabilidade já intrínseca por termos sido uma vez país colônia; por já termos nascido devendo algo que nos foi muitas vezes roubado; por levarmos má fama de darmos um jeito em tudo –, e por nosso “jeitinho” peculiar ou escancarado.

Parece que sempre estamos atrasados em comparação ao resto do mundo… Mas isso tudo é pura confusão de uma história mal contada de nossa origem, ou estigma herdado de gerações que apenas tentavam sobreviver. A desvalorização silenciosa do que é nosso contamina do macro ao micro. E a criança absorve esse estado de exaltação do externo e, como resposta, o imita.

Temos que quebrar o ciclo e nos apossar do nosso valor, desvendemos os olhos para nossa beleza, raízes e raças. Nossa diversidade cultural é exuberante, temos que viver esse brio na pele e nos enchermos de amor-próprio por isso. Tudo reflete nossa fabulosa, abundante e original criatividade!

É o livro que treina a criança a incorporar todas essas facetas do Brasil e a unificá-las. De qualquer parte do país e, ao mesmo tempo, ela pode dançar catira, pode produzir uma pamonha mineira, contar lendas dos bandeirantes, pode cantar com os indígenas da Amazônia, vislumbrar os búfalos de Marajó, apreciar o aroma do chimarrão e outros.

O livro as faz abraçar uma identidade com o selo intransferível de felicidade. O cenário não vem pronto, a criança que cria e transborda em mais cultura, exercitando e incorporando a imaginação sendo o personagem principal!

Deixemos, então, o melhor do nosso café aqui mesmo para variar, e bebamos com nosso pão de queijo quentinho recheado de um bom causo.

*Fernanda de Oliveira é escritora, compositora, cantora e produtora de peças de teatro. Em mais de 25 anos de carreira publicou 37 obras infantojuvenis, entre elas “Só sei que foi assim, vol. 2

Fonte: Fernanda de Oliveira




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