Jornal Correio Popular Notícia

35 ANOS CP
Jornalismo Impresso: resistindo a era digital

Data da notícia: 2025-06-06 18:52:41
Foto: Gabriela Suematsu/CP/Divulgação

Da produção à entrega, o Jornal Correio Popular de Ji-Paraná completa 35 anos, em setembro de 2025, com o olhar para o futuro e trazendo lições do passado. Diariamente, circula com seus milhares de exemplares na maioria dos 52 municípios rondonienses com o mesmo lema do início de sua trajetória “A Serviço da Comunidade”, missão que o mantém como um sobrevivente na era digital.

Esse lema é à base da linha editorial da equipe de jornalismo desde a década de 90, quando o Jornal Correio Popular nasceu do idealismo empreendedor do jovem jornalista Sandro Paio, que em 1978, veio do Paraná para Rondônia, acompanhando o pai, Alcides Paio, para fundar a primeira emissora de rádio de Ji-Paraná, a “Rádio Alvorada de Rondônia”.

Com muitos planos e vontade de vencer, Sandro Paio iniciou a jornada dele, em Ji-Paraná, com o apoio de muitos outros migrantes das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul do país. Ainda com poucas opções e muito a explorar, no recém-criado município (emancipado em 11 de outubro de 1977), e que estava em pleno desenvolvimento social com as novidades trazidas pelos novos residentes.

Sandro Paio, após acumular outras experiências na área do jornalismo, no Paraná, e depois na Rádio Alvorada, foi trabalhar como assessor de imprensa do prefeito eleito José de Abreu Bianco (1989/1992). Na época de ouro do jornalismo impresso, o empreendedor, juntamente com a esposa Rosana Camata, decidiu deixar o cargo para seguir novos rumos e iniciar o combativo Jornal Correio Popular.

“Lançado, primeiramente, como o ‘Mural de Notícias’, o Jornal Correio Popular de Rondônia nasceu, exatamente, pela carência que havia, em Ji-Paraná, de um veículo de comunicação da mídia impressa, nos anos de 1990. “Mas, na verdade, tudo começou com a minha vinda para Rondônia, em 1978, com a ideia pioneira de abrir a Rádio Alvorada, a primeira emissora de rádio no interior de Rondônia”, lembrou Sandro Paio.


Linha Editorial

Sem mão de obra especializada na área, o jornal contou com jovens e promissores talentos que decidiam se aventurar em uma nova profissão, quando, na época, uma das preocupações era ter uma linha editorial voltada para demandas da população, sem privilegiar determinados grupos, segmentos ou partidarismo político.

Com uma máquina de escrever eletrônica emprestada, do ex-empresário e ex-deputado estadual Geraldo Roque, o jornal era produzido em papel sulfite e levado para ser filmado e fotografado num laboratório para, depois, ser “queimado na chapa” e, na etapa final ser impresso na Gráfica Líder de Ji-Paraná do pioneiro Pedro Narimatsu.

Anos depois, o irmão Marco Alcides Paio, vindo definitivamente de Marília (SP) para Ji-Paraná, trouxe um novo equipamento eletrônico que vinha ganhando espaço nas redações: um computador, que traria mais facilidades e agilidade na produção do jornal. Com ele, Sandro solicitou que o jovem Joel Pinheiro, até hoje membro da equipe do jornal, se capacitasse em informática para dominar o novo instrumento de trabalho.

“Você nem imagina as dificuldades com as quais convivemos ao longo deste tempo [35 anos]. Neste período, o mundo se reinventou. Hoje, a grande maioria das pessoas nem imagina as dificuldades por que passamos naqueles anos 90. Contudo, uma coisa que nunca tivemos foi medo de enfrentar os problemas e nos adaptarmos, conforme as novas tecnologias que iam chegando ao mercado” ressaltou o jornalista e empresário.

Era digital

Questionado sobre como foi continuar em um segmento da comunicação em que muitos prevêem que está chegando ao fim, o empreendedor Sandro Paio é enfático: “Teimosia”. Para ele, o mundo está cheio de exemplos de tecnologias que seriam ultrapassadas e que estariam com os dias contatos, como o rádio e a televisão, dentre outras, mas elas resistem ao tempo, como os ideais.

“Com o tempo identificamos que as mudanças na era digital e os avanços tecnológicos não estão substituindo, de certa forma, o que já existia, eles coexistem. A questão é como eles podem evoluir e acrescentar nesta época. Assim, o jornal impresso passa e passará por reformulações e adaptações”, afirma.

“O objetivo do jornal é divulgar as coisas que a comunidade precisa, abrir espaço para que ela possa apresentar suas reivindicações, divulgar, gratuitamente, as competições esportivas e as manifestações culturais que são realizadas em nosso estado. A questão é que os custos de manutenção são relevantes. E aí, uma empresa mal estruturada não consegue se manter em atividade”, admitiu.

Como todo empresário e dono de negócio, o jornalista relata que a empresa também viveu momentos difíceis financeiramente e que toda má fase passa. Mas, mesmo com todas as adversidades, o jornal se mantém e virou não apenas o sonho de um jovem idealista da década de 90, mas compartilhado entre toda a sua família.


Redação e Impressão própria

Segundo Paio, para priorizar a qualidade da informação que o CP faz circular, é necessária uma equipe com conhecimento técnico, princípios e objetivos para produzir uma notícia com total isenção e priorizando os fatos para informar a comunidade e manter a credibilidade de mais de três décadas.

“É importante não assumirmos o papel de promotor, advogado ou juiz. O jornalista não é assim. Ele está ali, ao escrever, trabalhando para levar uma informação a quem vai ler, por isso, tem que se preocupar em não querer influenciar na opinião de quem lerá a sua matéria”, avaliou.

Atualmente, a equipe é formada por mais de 30 funcionários (diretos e indiretos) em todo o estado, entre jornalistas, revisor, diagramador, impressores, encadernadores e entregadores. O CP é um dos poucos veículos impressos que possui equipamento próprio para impressão gráfica. A empresa conta com uma impressora Roland Rekord IIIB, para a produção do jornal diário; uma CTP, marca Screen e modelo PTR Platerite 8100, responsável pela impressão das chapas e uma guilhotina automática de grande porte.

Fonte: Gabriela Suematsu




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