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ARTIGO
A mulher exercerá o sacerdócio?

Data da notícia: 2025-09-15 18:04:23
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O primeiro bispo da Diocese de Catanduva Dom Celso Queirós disse a um jornalista acreditar que as mulheres exerceriam o sacerdócio na Igreja Católica em um futuro distante. Creio eu, bem distante! Embora se busque lastro no Novo Testamento para se negar, não custa lembrar que Jesus Cristo não estabeleceu a hierarquia, organização, sucessão e outras graças da Igreja de hoje. Curiosamente, os evangélicos (sola scriptura) aceitam pastoras...

Até a distinção entre epíscopo e presbítero só se consolidaria depois de Inácio de Antioquia, e nem se falava em sacerdote (padre). A criação da diaconia deu-se com Pedro que impôs a mão sobre sete homens, mas vem de Paulo uma surpresa (agradável?): uma diaconisa, Febe de Cêncris (Rm 16,1)! Aliás, as mulheres têm grande importância nas 7 cartas autênticas dele, enquanto acontece o oposto, nas não autênticas, especialmente em Tito e Timóteo.

Por que a Igreja abandonou a diaconia feminina ou por que não resgata é tema para o futuro. A mulher não se destaca somente com Paulo, mas se vê muitas mulheres importantes na Bíblia. A começar por Sara, a primeira matriarca, única figura feminina a quem Deus se dirige diretamente (Gn 18,15).

A primeira Maria, Miriã, irmã mais velha de Arão e Moisés, também era profetisa e falava com Deus. Ela vigiou o cesto de Moisés no Nilo e ofereceu a própria mãe deles como ama-de-leite para a filha de Faraó. Mais tarde, após a travessia do Mar Vermelho, ela liderou as mulheres de Israel em dança e canto de celebração (Êx 15,20-21).

Uma que até está na genealogia de Jesus é Raabe (Mt 1,5), uma prostituta cananeia que vivia na cidade de Jericó. Ela escondeu os espiões israelitas e os ajudou a fugir, pedindo que a poupassem e sua família.

Outra é Débora, a única juíza (líder militar e judicial) de Israel mencionada. Ela julgava o povo sob uma palmeira e profetizou a vitória sobre os cananeus. Ela instruiu Baraque a liderar o exército, mas teve que acompanhá-lo à batalha porque ele se recusou a ir sem ela. O Cântico de Débora talvez seja o texto mais antigo da Bíblia.

Quando o general Sísera fugiu de Débora, procurou refúgio na tenda de Jael, esposa de Heber, o queneu. Enquanto ele dormia, ela pegou uma estaca de tenda e a martelou em sua têmpora, matando-o. Outra que se fez guerreira, cujo nome a Bíblia não registrou, foi a que matou, com uma pedrada, Abimelec, filho de Gideão, que se fez o primeiro rei de Israel.

Houve outra profetisa, Hulda, que vivia em Jerusalém, durante o reinado de Josias. Em vez de consultar Jeremias ou outros profetas homens, o sumo sacerdote e os conselheiros do rei foram consultar Hulda. Ela autenticou o Livro da Lei redescoberto no Templo e fez profecias (2 Rs 22,14-20).

Ainda restam muitas outras como Judite, outra guerreira, Ester, Tamar e Rute, ambas estrangeiras e também na genealogia de Jesus, que curiosamente termina com Maria: Jacó gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado Cristo. Observe que José não gerou Jesus, indicando o nascimento virginal, desta que é a mais celebrada desde quando Jesus era vivo.


Fonte: Mario Eugenio Saturno




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